No Brasil, o consumidor pagou por um bom período a bandeira vermelha na conta de luz, por conta da crise hídrica que afetou o país em 2021. E, apesar de o governo já ter retirado essa tarifa extra, a previsão é de que, no próximo ano, os brasileiros ainda paguem um valor a mais, por conta de um empréstimo que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) fez, de R$ 10,5 bilhões.
Por isso, surge a necessidade de investir em energias renováveis. Além de gerar retornos econômicos muito satisfatórios, é possível mitigar os riscos financeiros das mudanças climáticas. E o Brasil esteve, no ano passado, entre os países que mais geraram energia solar.
É o que aponta um mapeamento do Portal Solar, com base nos dados divulgados pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e pela Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR). Segundo o levantamento, o país adicionou aproximadamente 5,7 gigawatts (GW) de capacidade a partir de usinas solares, terminando na quarta colocação, atrás somente de China, Estados Unidos e Índia.
O Brasil também subiu uma posição no ranking mundial que contabiliza toda a fonte solar. Atualmente, estamos em 13°, e com grandes chances de chegar ao Top 10 nos próximos anos.
Esses dados representam avanços em vários segmentos. Com mais de R$ 75 bilhões investidos, o setor já gerou mais de 450 mil empregos desde 2012. Também foi possível evitar a emissão de 20,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, gerando impactos positivos para o meio ambiente.
Executivos da ABSOLAR enfatizaram que a energia solar é rápida de instalar e ajuda a reduzir os gastos que o consumidor tem com eletricidade em até 90%. Já as usinas solares de grande porte podem gerar energia elétrica com preços até 10 vezes menores, se comparado com as termelétricas, que, junto das hidrelétricas, são as principais geradoras de energia no Brasil.
Os especialistas acreditam que esse modelo pode se tornar a fonte de energia número 1 no país em cerca de 20 ou 30 anos. Isso porque a evolução acontece em diferentes níveis. Para que o consumidor não tenha que pagar à vista todo o investimento necessário (algo que gira em torno de R$ 30 mil), muitas empresas já realizam o financiamento de energia solar. Muitas pessoas que aderem a esse modelo financiam.
Com esses avanços, o setor espera um crescimento acelerado neste ano, especialmente os sistemas de geração própria de energia solar, por dois motivos: o primeiro é a constante alta na conta de luz dos brasileiros, e o segundo motivo envolve a Lei n° 14.300/2022, que entrou em vigor, criando o marco legal da geração própria de energia.
Fonte: Folha BV