Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong criaram um “sensor visual” esférico que imita o tamanho e estrutura de um olho humano. Segundo os criadores, o olho biônico possui uma lente de óxido de alumínio e coberta por “nanofios” de perovskita, material sensível à luz usado em painéis solares, que produz sinais elétricos quando iluminado. No futuro, poderá ser alimentado por energia solar e usado para restaurar a visão em deficientes visuais.
O olho artificial tem cerca de 2 cm de diâmetro, tamanho similar ao de um olho real, com um centro oco preenchido com um fluido condutor. Um olho humano tem estrutura semelhante e é preenchido por um gel transparente chamado “humor vítreo”.
De acordo com o cientista Zhiyong Fan, que liderou a pesquisa, a responsividade do novo olho ao espectro luminoso visível é quase a mesma de um olho real, e os tempos de resposta e recuperação são mais rápidos. Entretanto, o ângulo de visão é menor, 100 graus em vez de 130 graus. E a área total sensível à luz é pequena, com 2 mm de largura e resolução de apenas 100 pixels, muito abaixo do que seria necessário para produzir uma imagem útil.
Mesmo assim, um computador conectado ao olho conseguiu reconhecer algumas letras, como E, I e Y. Mas o aparelho ainda não foi testado em humanos, portanto não há garantia que produzirá os mesmos resultados em um paciente, ou mesmo que seja seguro do ponto de vista médico.
O processo de produção atual é lento e caro, e há chance de que os materiais percam sua efetividade ao longo do tempo, portanto há muito espaço para melhorias. Atualmente, é necessária uma fonte de alimentação externa, mas os cientistas acreditam que isso poderá mudar no futuro. “Cada nanofio é como uma pequena célula solar”, diz Fan. “Nesse caso, não precisaremos de nenhuma fonte de energia externa”, ressalta o cientista.
A Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (abreviação em inglês: HKUST) é uma instituição de ensino superior de Hong Kong, localizada no distrito de Sai Kung, na região leste da cidade. É considerada um dos melhores centros de ensino do mundo, sendo a quarta melhor universidade asiática e a trigésima-sexta melhor do mundo, segundo o ranking universitário QS.
O prestígio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong é inversamente proporcional à sua pouca idade. Inaugurada em outubro de 1991, a instituição conseguiu ingressar na elite do ensino superior global em tempo recorde. Hoje, com apenas 22 anos de existência, é considerada uma potência intelectual, que exporta inovações nas áreas de Física, Engenharia e Negócios, e ocupa os primeiros lugares nos mais conceituados rankings internacionais.
A criação da universidade aconteceu de forma relâmpago: em apenas cinco anos foi planejada, projetada, construída e aberta para a primeira turma de 2 mil alunos. Um ano depois, no final de 1992, recebeu outros 7 mil estudantes.
O sucesso rápido é creditado ao fato de a universidade ter iniciado suas atividades já com um corpo docente de altíssimo nível e reconhecido tanto em áreas tradicionais como nas ligadas à inovação. Todos os professores, sem exceção, possuem doutorado.
Fonte: olhardigital.com.br